quarta-feira, 10 de agosto de 2011
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Amor Sem Fim
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Humildade, egoísmo ou orgulho?
Você pode resolver os problemas da humanidade? Você pode dizer sim a todos os desafios a sua frente? Você pode resolver todos os problemas da sua família, e quanto mais da igreja que vc frequenta? E então do vizinho, do cachorro, do gato… Bem… é sobre isso que quero compartilhar com você, algo que tem ardido em meu coração.
Ser humilde é saber suas limitações, é entender que não somos super humanos, capazes de vencer tudo o tempo todo. Acertar sempre no centro do alvo é impossível e improvável, e muitos com discurso de humildade tem tido o orgulho de acharem que podem fazer tudo e vencer sempre.
Me surpreendo com pastores, líderes, empresários que querem fazer de tudo, cantar, pregar, administrar, serem bons pais, bem sucedidos e ainda por cima saudáveis… IMPOSSÍVEL! Precisamos cair na real e entender as nossas limitações, compreender que tudo o que fazemos na vida deve estar ligado diretamente ao talento que Deus colocou em nossas mãos para multiplicarmos.
Orgulho é se achar humilde e “servo” o suficiente para fazer tudo! Como já conheci pessoas que tinham um bom negócio e viviam bem financeiramente dele e por começarem a se achar mais e mais abriram outros negócios e até o que tinham perderam em função de não conseguirem administrar os “novos negócios” que na verdade nunca deveriam ter começado.
Creio que envelhecemos e adoecemos precocimente por muitas vezes dizermos “sim” para tudo, nos colocarmos com “orgulho” na posição de “servos” sendo que nem deveríamos estar ali, deveríamos na verdade estar centrados no chamado de Deus para nós.
Quantos líderes tenho conhecido no Brasil que acham bonito sofrerem problemas graves de saúde, de família e até dívidas impagáveis e que colocam no diabo a culpa, colocam na “denominação” o peso, e eles não, eles são humildes, “sofrem por causa da fé”. Que tristeza! Tenho orado para não cair nessa “armadilha ministerial”, tenho buscado a Deus e pedido para ter meus olhos abertos para não ter “orgulho” da minha “humildade” em querer servir sendo que para determinada função eu não “sirvo”.
Fazer o que você não foi chamado é ter que dar conta com a sua própria força daquilo que não é teu e que um dia poderá ser tirado de você. Fazer o que Deus colocou como um chamado em tua vida é florescer debaixo da graça do Senhor e devolver a Ele os frutos da semente que te foi dado.
Não soframos por querermos ser o “Cristo” do mundo, sejamos sim humildes o suficiente para darmos honra a outros e vermos em cada um de nós a honra de cumprirmos o nosso papel como corpo de Cristo.
Escrevo com amor e com dor, que Deus tenha misericórdia de nós e que a verdadeira humildade faça parte da nossa vida.
[André Valadão]
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Alma de poeta
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Mais uma vez: te amo!
Abraçar-te.
Beijar-te.
Tocar-te.
Ou simplesmente, olhar bem fundo em teus olhos e dizer mais uma vez: te amo!
Não de forma banal.
Mas como se fosse a primeira vez.
Todos os dias nunca esquecer de dizer mais uma vez: te amo!
Importa não somente para mim lembrá-lo com palavras.
Mas para que você ouça a voz do meu coração.
As batidas mais siceras por ti.
Os sonetos que escrevo são para dizer mais uma vez: te amo!
Não me canso de repetir diversas vezes: te amo!
Posso parecer piegas.
Mas amar nunca será um clichê.
Então, dizer mais uma vez: te amo!. . .
Nunca será trivial.
Sempre haverá oportunidades para dizer mais uma vez: te amo!
Sem cessar.
Sem calar.
Apenas amar.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Ler pouco
Notei, à medida em que envelhecia, uma mudança nas minhas preferências: passei a ter mais prazer na seção dos livros de arte nas livrarias. Os livros de ciência a gente lê uma vez, fica sabendo e não tem necessidade de ler de novo. Com os livros de arte acontece diferente. Cada vez que os abrimos é um encantamento novo! Creio que meu amor pelos livros de arte têm a ver com experiências infantis. Talvez que os psicanalistas interpretem esse amor como uma manifestação neurótica de regressão. Não me incomodo.
Pois, em oposição à psicanálise que considera a infância como um período de imaturidade que deve ser ultrapassado para que nos tornemos adultos, eu, inspirado por teólogos e poetas, considero a maturidade como uma doença a ser curada. Bem reza a Adélia Prado: “ Meu Deus, me dá cinco anos, me cura de ser grande…” E não pensem que isso é maluquice de poeta. Peter Berger, um sociólogo inteligente e com senso de humor, definiu “maturidade”, essa qualidade tão valorizada, como “ um estado de mente que se acomodou, ajustou-se ao status quo e abandonou os sonhos selvagens de aventura e realização…” Menino de cinco anos, eu passava horas vendo um livro da minha mãe, cheio de figuras. Lembro-me: uma delas era um prédio de dez andares com a seguinte explicação: “Nos Estados Unidos há casas de dez andares.” E havia a figura de um caçador de jacarés, e de crianças esquimós saudando a chegada do sol.
O fato é que comecei a mudar os meus gostos e chegou um momento em que, olhando para aquelas estantes cheias de livros, eu me perguntei: “Já sou velho. Terei tempo de ler todos esses livros? Eu quero ler todos esses livros?” Não, nem tenho tempo e nem quero. Então, por que guardá-los? Resolvi dar os livros que eu não amava. Compreendi, então, que não se pode falar em amor pelos livros, em geral. Um homem que diz amar todas as mulheres na verdade não ama nenhuma. Nunca se apaixonará. O mesmo vale paraos livros. Assim, fui aos meus livros com a pergunta: “Você me ama?” (Acha que estou louco? É Roland Barthes que declara que o texto tem de dar provas de que me deseja. Há muitos livros que dão provas de que me odeiam. Outros me ignoram totalmente, nada querem de mim…). “Vou querer ler você de novo?” Se as respostas eram negativas o livro era separado para ser dado.
Essa coisa de “amor universal aos livros” fez-me lembrar um texto de Nietzsche sobre o filósofo Tales de Mileto, em que ele recorda que “a palavra grega que designa o “sábio” se prende, etimologicamente, a sapio, eusaboreio, sapiens, o degustador, sisyphos, o homem de gosto mais apurado; um apurado degustar e distinguir, um significativo discernimento, constitui, pois, (…) a arte peculiar do filósofo. (…)A ciência, sem essa seleção,sem esse refinamento de gosto, precipita-se sobre tudo o que é possível saber, na cega avidez de querer conhecer a qualquer preço; enquanto o pensar filosófico está sempre no rastro das coisas dignas de serem sabidas…” E depois, no Zaratustra, ele comenta com ironia: “Mastigar e digerir tudo – essa é uma maneira suina.”
O fato é que muitos estudantes são obrigados a ler à maneira suina,mastigando e engolindo o que não desejam. Depois, é claro, vomitam tudo…Como eu já passei dessa fase, posso me entregar ao prazer de ler os livros à maneira canina. Nenhum cachorro abocanha a comida. Primeiro ele cheira. Se o nariz não disser “sim” ele não come. Faço o mesmo com os livros. Primeiro cheiro. O que procuro? O cheiro do escritor. Se não tem cheiro humano, não como. Nietzsche também cheirava primeiro. Dizia só amar os livros escritos com sangue.
Ler é um ritual antropofágico. Sabia disso Murilo Mendes quando escreveu: “No tempo em que eu não era antropófago, isto é, no tempo em que eu não devorava livros – e os livros não são homens, não contém a substância, o
próprio sangue do homem?” A antropofagia não se fazia por razões alimentares. Fazia-se por razões mágicas. Quem come a carne do sacrificado se apropria das virtudes que moravam no seu corpo. Como na eucaristiacristã, que é um ritual antropofágico: “Esse pão é a minha carne, esse vinho é o meu sangue…” Cada livro é um sacramento. Cada leitura é um ritual mágico. Quem lê um livro escrito com sangue corre o risco de ficar parecido com o escritor. Já aconteceu comigo…
[Rubem Alves]
Teólogo, filósofo e psicanalista, autor de 40 livros.
Fonte: http://www.blogdogaleno.com.br/texto_ler.php?id=213&page=13
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Sábias e vitais meditações de Jesus
Jesus era sábio. Conhecia os segredos do coração humano. Psicanalista insuperável. Disse: O homem bom tira coisas boas do seu tesouro. O homem mau tira coisas más do seu tesouro. Ou seja: a gente sempre encontra aquilo que está procurando. Isso se aplica à leitura que se faz das Sagradas Escrituras. Pessoas que estão cheias de medo, de sentimentos de vingança, de autoritarismo encontrarão na Bíblia ameaças, castigos, infernos, um Deus cruel e vingativo: parecidos com elas. Cada Deus é um retrato de quem acredita nele. É possível fazer uma psicanálise de uma pessoa analisando os seus pensamentos religiosos. Aqueles, entretanto, que estão cheios de sentimentos ternos e que, portanto, não são movidos pelo medo (“O amor lança fora o medo”, diz o apóstolo João) vão tirar daquele tesouro idéias de beleza, bondade e perdão. Seu Deus muito se parece com uma criança: não há vinganças, castigos ou inferno.
[Rubem Alves]